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Como estudar durante as férias e feriados

E, por que não, nos finais de semana?



“Mas por que diabos eu gostaria de fazer isso?”, você deve estar se perguntando. Bem, talvez você não goste da tarefa em específico, sobretudo de ter que enfiá-la no que deveria ser só descanso, ousadia e alegria. Porém, com certeza gostará dos benefícios que esse pequeno sacrifício pode lhe trazer. Por isso, aqui vai uma lista de motivos pelos quais você não deveria dar ouvidos a voz interna, te mandando fechar esse artigo.


Se mantenha adiantado nos estudos. Isso te livrará do estresse (e tudo o que vem com ele) proveniente de se deparar com uma pilha de matéria acumulada e prazos batendo na porta. Poderá absorver com mais calma, seus conteúdos, entregar avaliações melhores, por não terem sido feitas às pressas. Não estar atrasado te dará mais tempo livre para gastar como precisar. Um pouquinho de férias todos os dias, como recusar?


Fixe o conteúdo já aprendido. Imagine ter estudado todos os períodos passados, em vão. Simples revisões periódicas garantem que seu aprendizado estará de fato à sua disposição, fresco em sua memória, quando precisar.


Seu cérebro é um músculo. Ok, não literalmente, ele não é composto de miócitos, como os músculos, mas essa é clássica, tenho certeza que já ouviu. Talvez aqui mesmo, em algum outro contexto. E como diversos clássicos, envelhece muito bem, obrigado. Não perca o ritmo que conquistou ou aproveite para entrar num e voltar bem preparado ao seu período letivo. Mantenha seu figurativo músculo cerebral forte e ele te recompensará com maior resistência, produtividade e menos sofrimento para manter a disciplina que estudar demanda.


Se você foi convencido e ainda está aqui comigo, agora vem a parte onde eu te conto como tirar proveito das folgas — sem perdê-las completamente.


Índice:



Crie um cronograma / Plano de estudos


Motivação é algo difícil de manter, acho que todos concordamos com isso. E não é nada tentador, fazer algo para o qual não se está motivado. Contudo, quem já não sabe que fique sabendo: ficar sentado, esperando a motivação cair do céu, é a armadilha perfeita para não fazer nada. Muitas vezes procrastinar uma tarefa nos faz cultivar a sensação de que ela é maior do que de fato é, mais complexa, mais morosa e etc. Nada acontece no campo das ideias, para ter a chance de funcionar, precisa nascer no campo das ações. Para não desperdiçar a analogia, nenhum nascimento é fácil. Para que aconteça da melhor forma possível, é necessário planejar.


Aconselho começar com listas de despejo. Simplesmente ponha no papel (para fora da sua confusão mental), tudo o que você pretende estudar. Numa outra lista ponha todo o seu planejamento geral para o período. Quanto tempo você tem? Onde estará? Em casa? Viajando? Quantas pessoas estarão por perto? Há eventos fixos?


Com isso, você terá um bom panorama para acertar suas expectativas. Quantos desses dias poderá estudar? Quantas horas? Com ou sem intervalos? Em que parte do dia? Pense também em como quer desfrutar da sua folga. Quer tirar um tempo para ler? Escrever um livro? Ir a festas? Dormir? Assistir Netflix? Tente juntar esses dois polos, esboçar como ficarão seus dias. Pronto, você tem um cronograma de férias/feriados/finais de semana, que incluem seu plano de estudos.


Seja realista


Respire fundo e tenha calma. Olhe atentamente para seu planejamento. Olhe da forma mais sincera possível para si mesmo, o modo como seus dias discorrem, seu ritmo, suas companhias, os desafios intrínsecos da sua vida pessoal, aqueles que só você sente. Sem julgamentos de valor. Está tudo bem, só você está vendo essa análise, você está seguro. Agora se responda: seu planejamento é realista?


Esse não é o momento de escrever a realidade que você gostaria que acontecesse. Isso não é planejamento, é desejo. Tratar uma coisa no lugar da outra pode acabar em frustração. Certifique-se de que seus planos são realistas, de que eles trabalham sobre o cenário mais provável possível, dadas as suas particularidades. Tudo bem querer melhorar sua realidade, fique a vontade para trabalhar nisso, mas enquanto essa melhora não tiver ocorrido e fixado em sua rotina, cuidado com suas expectativas ao criar metas e tarefas.


Programe descanso e diversão


Não só de disciplina, produtividade e devorar informações vive o cérebro humano. Até porque, o cérebro mora dentro de um corpo que precisa de um respiro da pressão cotidiana para equilibrar. Sem isso, nossa saúde mental é logo afetada, a física cai em seguida e posso apostar que ninguém aqui quer chegar nesse ponto.


Não caia nessa de que o melhor a fazer é gastar toda a folga possível com estudo ou trabalho. O descanso, o lazer, o prazer, são fundamentais para que você estude e trabalhe melhor. Não se sinta culpado. Você merece, você precisa. Se permita.


Encontre o SEU melhor horário


Sabemos que a sociedade tende a romantizar o “Deus ajuda quem cedo madruga”, como se aqueles que acordam cedo produzissem mais e melhor. Não é verdade. Ao menos não para todo mundo.


Cada um tem o seu melhor horário de funcionamento e não sou eu quem estou dizendo, é a ciência. Amplos estudos já foram feitos, pesquisas na área inclusive ganharam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. Graças a isso, é sabido que uma certa região do hipotálamo é quem decide em que período do dia temos melhor performance.


Tendo dito, aqui vai o meu conselho: pesquise um pouco a respeito de cronotipos. Tente alguns desses testes de ciclo circadiano disponíveis gratuitamente na internet. Analise seus hábitos, como você se sente em determinados horários do dia. Se possível — e necessário — busque ajuda médica.


Enriqueça seu plano de estudos com essas informações. Não se culpe se você não faz parte do clube das 5am. O importante é explorar o seu melhor, não o dos outros.


Programe um ou dois dias de folga por semana


Em caso de férias ou recessos longos, elenque dias em que você está desobrigado a estudar. Não tenho uma longa explicação aqui, já foi explanado sobre a importância do descanso pleno, acima. Apenas se permita e relaxe.


Crie metas (razoáveis) e as decomponha em metas menores


Se mesmo tendo se certificado de que suas metas são razoáveis, você ainda tem a sensação de são grandes e/ou não consegue realmente vê-las funcionando, fatie as metas até que virem tarefas específicas, fáceis de visualizar, possíveis de engolir.


Por exemplo: supondo que a matéria seja Produção Textual. Ao invés de programar apenas “estudar Produção Textual, quinta feira de 7 às 8h”, fica melhor se eu colocar “ler unidade 3 do livro e rascunhar um texto dissertativo”.


Entendem? É mais provável que dessa forma você dê conta do que se comprometeu, aprenda a identificar seus limites e velocidade de produção, além de reduzir o risco de frustração.


Deixe o cronograma flexível


Vamos lá, você deu o seu melhor, planejou o máximo que pôde. Ainda assim, sabemos que a vida não dá a mínima para o nosso planejamento. Imprevistos acontecem e precisamos contar com essa possibilidade. Portanto, certifique-se de que seu cronograma tem espaços em branco ou é remanejável em caso de mudança de planos.


Não programe sessões muito longas


Afinal, você está de folga! Essas não são sessões de estudo regulares, não se cobre tanto quanto cobraria em dias habituais. Não me arriscarei aqui a dizer quanto tempo é o ideal, pois assim como o cronotipo, cada um sabe o que é possível para a própria realidade. O importante é fazer o seu melhor dentro disso.


Encontre ambientes confortáveis


Folgas são para encontrar conforto, se você vai se esforçar para manter um pouquinho de estudo nesses dias, ao menos encontre um ambiente o mais confortável possível. Isso proverá alguma motivação (sabemos que não devemos depender dela, mas ninguém quer desperdiçá-la, não é mesmo?).


Talvez, se você puder, mude de ares. Outro cômodo da casa, uma cafeteria, biblioteca, parque, praia, o que estiver ao seu alcance, for agradável e não sabotar o foco que você precisa.


Combine o aprendizado com seus interesses


Estudar não precisa ser sempre do mesmo jeito. De novo, essas não são sessões de estudo ordinárias. Se você gosta de documentários, assista alguns que falem sobre sua área de interesse ou sobre as matérias que você tem no momento. Se gosta de ler, procure livros diferentes dos curriculares. Podcasts. Talvez caiba no seu caso um passeio, um museu ou algo assim. Existem jogos que podem te ajudar? Hobbies?


O aprendizado não é restrito aos seus livros e aulas de sempre, o aprendizado é algo que levamos para a vida, logo, ele está nela. Não precisa ser maçante para ser proveitoso. Caso você tenha grandes dificuldades em aceitar essa premissa, um hábito que tem me ajudado bastante é escrever diários, relatando meus aprendizados nesse tipo de experiência. Me auxilia a visualizá-los, não esquecê-los e ainda medir minha evolução.


Cuidado com as distrações


Se já é fácil se distrair em dias normais, o que dizer das folgas? Para o plano de estudar nesse período funcionar, mesmo em sessões curtas, encaixadas realisticamente em seu cronograma, é necessário que, no momento em que você estiver estudando, esteja, de fato, estudando. Sua mente precisa conseguir focar em aprender e absorver esse aprendizado o melhor possível, do contrário, não haverá propósito em se esforçar.


Cuidado com todo o tipo de distrações nesse momento, desde ruídos a tentações de procrastinação, incluindo pensamentos intrusivos que dificultem a mente entrar no estado adequado para o estudo.


Não descuide do autocuidado


A ideia é sair de uma folga, longa ou curta, melhor do que entrou. Correndo o risco de soar repetitiva, reforço: não selecione tempo demais para os estudos e acrescento: não selecione tempo demais para demandas externas (inclua aqui, expectativas de terceiros, tarefas em prol destes e a própria burocracia cotidiana da vida ao seu redor). Lembre-se de se recompensar por cada conquista alcançada, cada meta batida, de se mimar e cuidar de si mesmo. Cuide do seu corpo e do seu psicológico, das maneiras necessárias para você. Retorne das férias melhor e mais leve.



Chegamos ao fim de mais um artigo do Feito de Palavras e eu espero que tenha feito sentido para você. Não se esqueça de comunicar suas pessoas próximas de seus planos. É claro que isso não impede que elas tentem (querendo ou não) te atrapalhar, mas você precisa fazer a sua parte. Se puder contar com uma rede de apoio, amigos engajados no mesmo propósito, melhor ainda.


Considere compartilhar esse texto com algum estudante conhecido e fique a vontade para me procurar nas redes sociais. Estão todas disponíveis em atalhos por aqui.

Bons estudos. Bom descanso o/


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